Hello pepers,
O nome já assusta, não é??? Na verdade faz tempo que queria escrever sobre isso aqui, não porque li em algum lugar ou achei interessante, mas é que eu senti na pele o que é essa tal de síndrome do pânico e por isso gostaria muito de compartilhar o que eu passei e o que eu ainda estou fazendo para me “curar” dessa mistura de medo com ansiedade, pois muita gente ainda não sabe o que é, não entende o porquê e muitos até pensam que é “frescurite”.
Para quem não sabe, síndrome do pânico é um tipo de transtorno de ansiedade que resulta em ataques repetidos de medo, mas não de um medo qualquer , o medo da síndrome do pânico agrega diversos sintomas como falta de ar, taquicardia, sensação de desmaio, fraqueza nas pernas, tremores, tonturas, sensação de ataque cardíaco e muitos, muitos outros sintomas. Além disso cada pessoa desenvolve um tipo de “pânico” diferente, dependendo do fator que acarretou a doença, no meu caso, eu tinha de medo de morrer, de passar mal nos lugares e não ser socorrida ou de pegar uma doença grave…
A minha primeira “crise” , que é como eu chamo o momento que os sintomas aparecem, começou dentro de um avião, há uns 5 anos atrás, quando voltava de uma viagem à trabalho de São Paulo, para Fortaleza. Como eu tinha tomado um remédio contra enjôo, estava meio sonolenta, mas de repente comecei a sentir falta de ar, meu coração começou à bater super forte, minhas mãos começaram à soar e naquele momento pensei que ia morrer e ninguém ia me socorrer, afinal, como iriam me socorrer dentro de um avião (Eu pensei…)??? Ai gente, fiquei desesperada, comecei a rezar, rezei, rezei, tentei não pensar e quanto mais tentava não pensar, mais eu pensava que ia morrer, que ninguém ia conseguir me socorrer…até que cheguei em terra firme.
Ouuuuuffffa!!! Oufa???? Oufa, que nada, desde então eu passei a ter medo de ter aquela sensação horrível de novo e foi aí que o pânico passou a me acompanhar todos os dias. Na época da primeira “crise”, eu estava super sobrecarregada, tanto na vida profissional, como na pessoal, isso porque sou do tipo que não gosto deixar trabalho acumulado e sempre acabo me estressando à toa, também estava começando um novo relacionamento e como o último tinha me deixado traumatizada, eu acabei criando “medo” de me decepcionar novamente.Medo+ stress + ansiedade , não é nada fácil de controlar, tudo isso junto e misturado acabou se transformando nessa tal síndrome do pânico e só quem sofre na pele é que sabe o quanto é ruim. No começo as “crises” ocorriam uma vez ao dia, depois a frequência foi aumentando, aumentando, até tudo começou a sair do meu controle, fui diversas vezes à emergência com taquicardia e falta de ar, pensando que ia morrer ou que tava com uma doença grave…Comecei a evitar viagens, saídas com os amigos, restaurantes com o namorado e para trabalhar eu ia à força…Resolvi então fazer um check-up geral e o meu médico falou que meus exames estavam todos normais (tirando o colesterol alto, a tireóide e a alergia que já faziam parte do meu dia-a-dia) e que na verdade o que eu tinha era “Sindrome do Pânico”… Agora imaginem um médico lhe dando o diagnóstico de algo que já assusta pelo nome e ainda dizendo que é necessário um acompanhamento psicológico…
Bom, por um lado, para mim era um alívio saber o porquê de todas aquelas sensações e que tinha um tratamento, mas eu com minha santa ignorâcia e preconceito de achar que psicólogo e psiquiatra era apenas coisa de maluco, fiquei super assustada inicialmente, mas mesmo assustada e com “medo” procurei imediatamente uma psicóloga especializada nesse assunto.
Em mais de 2 anos de psicoterapia entendi que tudo que eu sentia eram mágoas, angústias, medos, e anseios acumulados, arquivados e guardados dentro de mim. Para falar a verdade desde pequena eu sempre fui muito anciosa e isso influenciou bastante, mas o que desencadeou em mim a síndrome do pânico não foi apenas um fato isolado, também não foi de uma hora para outra, foi um conjunto de situações e sentimentos que foram acumulando, acumulando, até não caber mais. Sabe quando a sua “caixa de mensagens ” está lotada e para você continuar recebendo e-mails precisa apagar o que não tem utilidade? Minha “caixa de mensagens” estava lotada de lixo, coisas que eu guardei e não precisava mais, foi aí que eu tive que aprender a filtrar e deixar só as “mensagens importantes”.
Com a psicoterapia aprendi muita coisa , inclusive à lidar com os diversos conflitos que tinha dentro de mim mesma, mas como ainda não me sentia 100%, decidi começar com os medicamentos e o acompanhamento com o psiquiatra. Até hoje, depois de 2 anos e 1/2, ainda utilizo as medicações, em doses menores do que inicialmente, e sempre com o acompanhamento do médico especialista, claro, mas depois de muito tempo estou conseguindo retomar a minha vida normal. O processo de “recuperação” não é de um dia para o outro, é super lento, cheio de altos e baixos, por isso exige muita paciência e sobretudo FÉ. Não existe uma bula, nem uma receita à ser seguida, a “recuperação” de cada pessoa vai depender de várias coisas, mas algumas coisinhas me ajudaram bastante e eu gostaria muito de compartilhar com vocês, quem sabe não ajude de alguma forma, não é mesmo?
1.Aceitação
Identificar o problema, aceitar o diagnóstico e procurar ajuda médica especializada é o passo mais importante. Não adianta fugir, quanto mais cedo começar o tratamento, melhor… Ah! E nada de vergonha ou preconceito, é preciso deixar tudo de lado e dar prioridade à saúde e ao bem-estar.
2. Força de Vontade
Em vários momentos me senti desmotivada, sem vontade de sair, nem mesmo para as consultas, mas mesmo assim eu me esforçava e tentava pensar que eu aquilo era para o meu bem. Médicos, medicamentos, família, amigos, nada disso adiantava se eu mesma não tivesse força de vontade para superar. Depois de um tempo acabei entendendo que eu era a principal pessoa que podia me ajudar.
3. Faxina
Essa foi uma das coisas que aprendi na minha primeira sessão de psicoterapia, como até falei anteriormente, tem momento na nossa vida que a gente acumula tantas mágoas, ressentimentos e angústias, que chega um ponto que é necessário fazer uma faxina geral. Sabe como eu fiz isso? Mandei um e-mail para algumas pessoas de quem eu guardava rancor e desabafei tudo que tinha guardado no meu coração, falei tudo que tinha que falar, e gente, vocês não imaginam como isso me tirou um peso das costas. (Hoje em dia eu não guardo mais nada…)
4. Família
Minha mãe tão querida esteve comigo em todos os momentos e sofrendo junto comigo, ela tentava ficar lá firme e forte, mas no fundo, no fundo sabia que me ver naquela situação fazia muito mal à ela, e por diversas vezes eu me esforcei para fazê-la se sentir melhor . Nicolas, no começo meu namorado, agora meu marido, não entendia muito o que eu sentia, ou até entendia, mas não passava mão na minha cabeça, ao contrário, me dava muito poxão de orelha, mas ele acabou me ajudando à mudar alguns hábitos alimentares e me incentivando bastante à fazer alguma atividade física.
5. Atividade Física
Eu andava sem fazer nenhum exercício, mas com as crises de pânico e incentivo do marido, eu procurei uma atividade que me deixasse mais relaxada. No começo eu pensei em Yoga,mas como não tinha nenhum lugar para fazer perto de casa, acabei escolhendo o pilates e me apaixonando. Inclusive, foi no pilates que conheci diversas pessoas com histórias muito parecidas com a minha, algumas já haviam superado, outras ainda estavam na batalha contra a síndrome do pânico, como eu.
6. Fé (Por último, mas não menos importante, eu diria até que um dos elementos fundamentais para a superação dessa trajetória tão sofrida…)
Eu sempre fui muito católica e tive muita fé, bom, pelo menos era o que eu achava, mas toda essa situação de pânico, me fez aumentar ainda mais a minha Fé, passei à buscar ainda mais à DEUS e tentar encontrar minha paz interior. Sei que religião é coisa que não se discute, cada pessoa tem a sua, mas para quem é católico como eu, ou não, e estiver passando por essa onda de síndrome do pânico, eu tenho algumas dicas que me ajudaram bastante.
*Palestras, músicas e livro do Padre Fábio de Melo
“Um dos dias em que estava em crise, minha mãe havia comprado um cd com uma palestra do Padre Fábio de Melo sobre amor próprio, e gente, eu nunca vou esquecer desse dia, pois me deu uma coragem e uma força tão grande, que eu nem sei como explicar… O título da palestra era AMOR: Processo de Continuidade, mas no You Tube vocês podem encontrar diversas palestras dele, no programa Direção Espiritual, da tv Canção Nova, falando sobre síndrome do pânico, medo, relacionamentos e muito mais. Os cds musicais também me ajudaram bastante, eu escutava todos os dias, indo ao trabalho, no trabalho, em casa, tomando banho, enfim…quase o dia todo.”
O livro “Quando o sofrimento bater à sua porta” , do Pe. Fábio de Melo, que inclusive até já havia indicado aqui no blog, também é muito bom!
*Livros e Músicas do Padre Reginaldo Manzotti
“Eu outro momento em que eu também estava em crise, minha mãe me deu também um livro do Padre Reginaldo Manzotti “20 passos para a paz interior“. Eu não sabia quem era esse padre, mas minha mãe vivia falando que ele tinha o dom da palavra e que eu ia gostar do livro. E acreditem, ela tinha razão, eu simplesmente devorei o livro, e encontrei ali muitas respostas para diversos questionamentos que eu me fazia. Além de ler todos os outros livros, “10 respostas que vão mudar sua vida” e “Feridas da Alma” e escutar todos os cds musicais, eu passei à acompanhar o Pe. Reginaldo todos os dias através da rádio, às 10h da manhã com o programa Experiência de Deus e às 15h com o terço da misericórdia, além disso me tornei uma sócia da obra idealizada por ele. Os programas são transmitidos em rádios de todo o Brasil, mas pode ser acompanhado pela internet ou pelo aplicativo android ou apple. Tenho certeza que assim como eu, vão ajudar bastante vocês!
Hoje, muito mais leve e muito mais madura espiritualmente,eu posso afirmar que nada nessa vida acontece por acaso, tudo tem um propósito, mas cabe à nós, somente à nós, transformar as dificuldades em lições de vida e descobrir que somos muito mais fortes do que esse MEDO, que nos assusta e nos paralisa. Ter síndrome do pânico, nesse nosso mundo louco e nessa nossa vida estressada de cada dia é mais normal do que se imagina, por isso, se estiver passando por essa situação, não tenha vergonha, procure ajuda médica imediatamente. E se tiver alguma dúvida, ou quiser conversar com alguém que passou por isso, eu estou completamente à disposição.
xeru enooooooorrrrrrrrmmmmeeeeee, Ana Pimenta
Fotos: Reprodução
Ah! Para quem mora em Fortaleza, e precisa de ajuda médica, eu super indico meus anjos (médicos), que me ajudaram incansavelmente à vencer essa batalha!!!!
Dra. Débora Sussmann- Psicóloga : (085) 32612169
Dr. José Uchôa-Psiquiatra: (085) 30455133